quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MILO MANARA - HP e Giuseppe Bergman

HP et Giuseppe Bergman. 256 págs. 1988. Martins Fontes Ed.
Manara nasceu em Luson. Depois de estudar arquitetura e pintura, estreou no mundo dos quadrinhos em 1969 com a obra Genius um conto noir sensual e sombrio na linha de HQ’s como Kriminal e Satanik. Trabalhou para publicações menores (Jolanda, revista de arte soft core, e a revista satírica Telerompo) até ter sido convidado pelo Il Corriere dei Ragazzi para trabalhar com escritor Mino Milani. A primeira história dos dois chamava-se HP e Giuseppe Bergman, de 1983. A sigla “HP” é a abreviação do nome de um grande amigo deles, o artista e caricaturista italiano Hugo Pratt. Bergman havia sido criado por Manara cinco anos antes, para a revista francesa À Suivre. Os quadrinhos de Manara geralmente giram em torno de mulheres elegantes, bonitas expostas a cenários e enredos eróticos improváveis e fantásticos. Em alguns de seus livros mais famosos estão os contos Il Gioco (1983, em quatro partes, de Click), sobre um dispositivo que deixava as mulheres incontrolavelmente excitadas, e Il Profumo dell’invisibile (de 1986, em Butterscotch), sobre a invenção de uma tinta que deixava seu portador invisível. O estilo de Manara favorece linhas mas simples e limpas para mulheres – que são muito voluptuosas, diga-se de passagem – e reservam traços mais complexos para seus monstros ou outros elementos sobrenaturais. Como o seu compatriota Tinto Brass, tem uma evidente fixação por mulheres com bumbuns firmes e bonitos, quadris largos e semblante angelical. Muitos de seus quadrinhos contêm temas como bondage, sadismo, e voyeurismo, coisas sobrenaturais, e a tensão sexual sob diversos aspectos da sociedade italiana. Os seus trabalhos são bem esclarecidos e explícitos, mas o humor geral é mais divertido que misogênico. O talento de Manara criou ao longo do tempo um clima de assombro e êxtase, e onde quer que esteja é celebrado e homenageado por fãs, e, devido a muitas de suas incursões aos quadrinhos mais “tradicionais”, também é extremamente reverenciado pela mídia popular ou especializada. O seu trabalho atingiu o público no continente americano em grande parte por seus trabalhos expostos na revista Heavy Metal. Curiosamente, Manara é menos popular na Itália que na França, onde é considerado um dos quadrinistas mais importantes do mundo.
Para Manara, a Aventura é antes de mais nada revolucionária, pois é, para cada um, o único meio de se autodeterminar. Ela recusa a submissão ao acontecimento e permite nos subtrairmos ao nivelamento e ao planejamento do destino. Para ele, a Aventura é sinônimo de absoluta liberdade. Saco cheio e necessidade de viver imediatamente são os dois elementos fundamentais para que ocorram o fascínio e a atração irresistível pela Aventura. Desde o início da história de HP e Giuseppe Bergman (provavelmente em Verona, onde vive Manara) descobrimos que Bergman atingiu o seu limite de tolerância. Precisa romper com um mundo que exclui a Aventura ou que só a aceita como regulador do seu próprio sistema. É preciso acreditar na liberdade absoluta para ousar soltar as amarras! Mas é preciso pagar: o que fazer quando percebemos que a Aventura não é mais do que aventuras e desventuras, impasses e aparências enganosas, emaranhado mais inextricável que a própria floresta amazônica? Neste rio tumultuado, o erotismo surge permanentemente. Esse clarão da Aventura transforma os lápis do autor em penas de índios. Não há uma leitura inequívoca mas um mundo rico de uma infinidade de sonhos mais reais do que a ação. Mas um ser carregado com todas as fantasias misturadas, as do autor, do enigmático HP, senhor da aventura... e de nossa própria imaginação cúmplice. Esta história endiabrada terminará num departamento de assistência social, último lugar onde o fascínio do mistério possa atuar. No entanto, há o reverso da realidade. Em cada quadrinho, o perigo, o humor.








2 comentários:

  1. Olá..cara,valeu pela visita.
    Aqui,no seu "canto",tem muita coisa maneira.
    Continui com ótimo trabalho,tanto
    nas artes escolhidas para comentar como o
    seu próprio trabalho.

    Dias

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  2. Hi! I like that album very much. Especially I like that episode where Giuseppe lost his head in the end. Giuseppe's companion is like a girl from my secret fantasies. She is very hot!!!

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