La Tour. Edições 70. Portugal. 1987.
Este é um outro livro onde Schuiten e Peeters contam uma história que deve algo a Kafka, embora ela não tenha o desvio de Kafka para o paradoxo, relativa a um colossal edifício referidos ao longo da historia como A Torre, uma estrutura que só vê em close-up e, em seguida, na maior parte do interior, mas cuja altura deve atingir vários mil pés. Os Guardiões são um grupo de homens responsáveis pela manutenção de pequenas seções da Torre, cuja estrutura sofre contínua degradação e colapso. Battista, um dos guardiões, livremente inspirado em Orson Welles, cansado de anos de completo isolamento e preocupado que os outros guardadores não estão fazendo seu trabalho, vai em busca de uma temida inspecção da Torre, apenas para descobrir que a falta de manutenção é endêmica e de que alguns dos moradores dispersos da torre sequer têm alguma ideia da origem ou a finalidade do vasto edifício onde passaram suas vidas. Não quero estragar a história, mas há uma sensação de que os criadores não tinham certeza do que fazer com a sua esplêndida criação, uma vez que tinham inventado. Mas o desenho mais do que compensa isso, com Schuiten, mais uma vez mostrando um domínio, aparentemente sem esforço, de um determinado estilo soberbo, criando paredões na vastidão gigantesca do edifício, com ângulos e massas de sombreamento entre as rachaduras decadentes. A viagem até o topo da torre e do retorno para baixo, vale a pena pelo seu o ponto de vista isoladamente.
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